Igreja quebra tabú e abençoa casamento gay o Brasil

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O casamento gay ainda é um tabu na maioria das sociedades. Tanto que boa parte delas ainda não reconheceu legalmente a possibilidade do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.
As dificuldades que a questão enfrenta no campo civil, entretanto, não chegam nem perto do que acontece no religioso. Se o uso de preservativos ainda é condenado por muitas instituições religiosas, imaginem o casamento gay.
Na contramão - ou na vanguarda? - dessa posição está a Igreja da Comunidade Metropolitana, que há quatro anos celebra a união de casais homossexuais no Brasil. Tecnicamente, a Igreja não realiza casamentos. Ainda que a cerimônia seja praticamente idêntica e que o menu do site da instituição aponte para “casamento”, ela é chamada de “Benção de União de Casais Homoafetivos”.
“Existe uma diferença de conceito”, argumenta o pastor Cristiano Valério, da ICM. De acordo com o pastor, “o casal não está sendo unido no altar; eles estão vivendo juntos”. - A Igreja dá uma benção a uma união que já é legítima, que já venceu muitos obstáculos e está consolidada. Na ICM, entendemos que os casais devem celebrar sua união depois de se conhecerem, inclusive sexualmente - afirma.
O pastor Valério faz questão de esclarecer porque a cerimônia é considerada uma benção. “Abençoamos a união porque não a consideramos um sacramento. Na ICM, apenas o batismo e a eucaristia são sacramentos”.
Cristiano Valério explica, ainda, o uso do termo “homoafetivo”: - Homossexual dá a ideia de apenas sexo. Homoafetivo realça o carinho que envolve a relação. O desejo é apenas consequência. Mas a Igreja não tem nenhum problema em usar os termos “gays” ou “homossexuais” - diz.
União coletiva Com a proximidade da Parada Gay de São Paulo, marcada para o dia 14 de junho, a ICM prepara-se para a 2ª edição da celebração de benção de união coletiva de casais homoafetivos. O evento acontece na véspera da Parada Gay.
Como toda primeira vez, a edição de 2008 foi um pouco tímida, reunindo apenas cinco casais. “A visibilidade é muito grande, alguns casais optam por celebrar em particular, ao longo do dia”, explica o pastor. Um número maior de casais é esperado para a união coletiva deste ano.

fonte: Terra Magazine

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